O que Caos Calmo, New Moon e Julie & Julia têm em comum? A resposta... eu. Assisti aos três nesses útimos três dias. E tive a grata surpresa de poder recomendá-los para vocês.Todos? Sim! Explico.
Caos Calmo, que me acompanhou na sexta à noite junto com o namorado, mostra como o luto pode transformar as pessoas, a começar pelo aspecto mais imediato de suas vidas: a rotina.
A história gira em torno de Pietro, que se vê sem sua mulher de um dia para outro, com uma filha e o sentimento de ter o passado distante da família. Agora ele muda sua rotina radicalmente para fazer parte da vida de sua filha o maior tempo possível.
Tendo como cenário principal uma praça, na frente da escola da menina, onde o pai passa seus dias, vivendo banalidades com mães de alunos, com pessoas estranhas que passam todos os dias no mesmo lugar e recebendo ali seus companheiros de trabalho, mostrando que as questões corporativas são menos importantes do que uma troca cordial de 'bom dias' na praça, afinal, "o capitalismo desumaniza".
Progressivamente, vemos Pietro começar a se recuperar e que a vida, a vida segue. Recomendo o filme e sua belíssima trilha sonora, composta por canções de Paolo Buonvino (Pyramid Song), Rufus Wainwright (Cigarretes & Chocolate Milk), Stars (Your Ex-lover is Dead) e a canção principal L’Amore Trasparente, de Ivano Fossati.
New Moon, que me pegou no sábado, última sessão do cinema com a irmã, é um romance para jovens. Mostra sinteticamente a dor da perda do verdadeiro amor, entre o mundo fantasioso de lobisomens e vampiros. O filme conta ainda com os suspiros que Robert Pattinson causa cada vez que aparece com seu ar vampiresco-cavalheiresco. Apesar do filme ser embalado por músicas inéditas de Thom Yorke e Killers, não entra de longe pro meu top 10.
Fechando o final de semana, Julie & Julia foi a pedida perfeita. O filme é atual e real, sem ser piegas, tem uma boa dose de romance e até drama, tudo isso regado a risadas que Meryl Streep me fez dar a cada aparição. Ela está mais uma vez impagável.
Julie Powell é uma funcionária pública à beira de completar 30 anos, em crise pelo seu emprego sem perspectiva, sem um desafio pessoal e com um prazer de cozinhar nos finais de cada dia. Ela tem, junto com o marido, a ideia de escrever um blog, no qual passou a relatar seu objetivo de cozinhar em 365 dias todas as 524 receitas do livro “Dominando a Arte da Cozinha Francesa”, publicado em 1961 por Julia Child, uma espécie de Ofélia americana.
A trama vai se costurando passado/presente, Julie-blog-marido-aventuras-cozinha, anos 2000, e Julia-livro-marido-aventuras-cozinha, anos 60.
Com Alexandre Desplat assinando a trilha sonora, você já sabe que vem coisa boa, não apenas com melodias francesas para ilustrar a vida da chef Julia Child. Há também seus típicos arranjos que conquistam e dão um ritmo ainda mais gostoso ao filme.
Em dúvida de qual ver? Veja os três.
S.
