terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

E janeiro se foi


Cá estamos nós no primeiro dia do segundo mês do ano. E se em 2010 não compartilhei coisas incríveis que vi e vivi, em 2011 vou animar o S.assim com muitas histórias e suas trilhas sonoras. Começo resumindo o mês de janeiro em 3 atos.
1º Ato - Dia 31 #SPFW – Escravo da Alegria
A SPFW recebeu o desfile de Ronaldo Fraga, que tinha na cidade de Brasília seu tema e inspirou-se em Athos Bulcão. E a “musa” da inspiração para o futuro, Marina Silva, marcou presença na primeira fila. Linda e radiante como sempre, ela chegou à Bienal com recepção, arrisco-me a dizer, mais ou tão calorosa quanto a de Demi Moore, Ashton Kutcher e Gisele Bündchen. Assim que Marina pisou no tapete vermelho, todo mundo que tinha uma câmera na mão disparava o flash. E todos tinham uma pergunta ou queriam falar algo com ela. Ronaldo Fraga a recebeu no backstage dizendo que era uma honra e uma felicidade enorme a presença dela ali. Quando entramos no desfile, as luzes já tinham se apagado e começou o show! Sim, foi um show o desfile Athos Bulcão. Queria praticamente todos os modelitos desfilados. A trilha sonora, brasileira, e a cenografia encantaram também.
Fora o desfile, os lounges estavam todos lindos e bem animados, com destaque para o da Impala que, além dos cuidados com as mãos e pés dos convidados, maquiagem e bebidinhas, lançava sua coleção outono/inverno. Ganhei um kit lindo com os lançamentos, dentre eles, o primeiro esmalte verdadeiramente 3-D, segundo Luciana Marsicano, diretora de Marketing da Impala. Vou usar todos, só estou com dúvida de qual será o primeiro. 
coleção outono/inverno
- 2º Ato - Dias 18 e 20 #CPBR4 - Young Folks
Mais um dia do mais chuvoso mês de janeiro já visto, e lá partimos para o maior encontro de nerds do mundo  vulgo Campus Party. Logo na entrada você já sente o “cheiro” de bits e bytes.
 Há uma energia estranha ali, e você tem a sensação de pertencimento daquilo tudo, mesmo não entendendo a maioria das coisas que rolam ali. Robótica, por exemplo, é algo que não faço a menor idéia de nada, mas vendo o empenho das pessoas em construir robozinhos, as palestras da área fizeram com que eu sentisse que podia fazer também. E nessa festa toda o que pecou foi a organização. O local de alimentação foi um dos piores que já vi na vida e isso não é drama. O calor era tremendo, a acústica dos painéis era ruim, o som de um painel invadia o outro e houve várias quedas de energia. Sem falar na falta de Wi-fi... (tudo bem que tinham cabos espalhados por todos lados, mas como é que num evento desses você abre o note, liga o iPad e não tem rede nenhuma? Oh please, né!).
Passado isso, Marina Silva esteve lá com sua trupe, da qual essa que vos escreve faz parte. Como de costume, ela “parou” o evento em sua chegada, se encontrou com Al Gore e depois assistiu ao seu painel com Tim Berners-Lee, no qual compartilharam percepções sobre o princípio e o futuro da web. Depois foi sua vez de subir ao palco, junto com Caio Túlio Costa, para falar sobre o uso da internet em sua campanha de 2010. O painel foi sucesso total, levando-a ao primeiro lugar dos Trending Topics mundiais durante a conversa com os presentes. Na quinta-feira, voltei ao evento, dessa vez para ver o debate entre Caio Túlio Costa, Soninha e Marcelo Branco, representantes digitais de Marina, José Serra e Dilma Rousseff, respectivamente  durante a última campanha presidencial. Marcelo Branco explicou que a intenção foi utilizar a internet para mobilizar a campanha off-line e retomar o papel de militância, possibilitando o engajamento. Soninha se limitou a explicar sobre a história do indiano contratado para a campanha e, depois, dispensado, se esquivando de qualquer responsabilidade pela campanha falha na internet feita pelos tucanos.E Caio contou sobre a mais bem sucedida das três, a campanha de Marina Silva, que, antes de tudo, se propunha diferente das outras duas e almejava ser uma campanha propositiva, levando a causa da candidata a todos. Caio explicou como cada uma das redes foi tratada, levando em conta sua dinâmica e público: “No Orkut, Marina falava mais para o público evangélico. No Facebook, falava com as mulheres, com a classe mais alta e os intelectuais. Já no Twitter, falava com os jovens e com a vanguarda da internet", disse. Como não poderia ser diferente quando falamos de política, o debate terminou em embate. A maior divergência ficou por conta do papel das mídias clássicas versus as novas mídias. Caio foi aplaudido quando falou que as mídias clássicas não têm mais o mesmo eixo de comunicação e, na internet, a plataforma do público e dos editores é a mesma, o que dá uma igualdade do poder de comunicação entre a imprensa e o público, por utilizarem as mesma ferramentas. Soninha se opôs com argumentos vazios e foi trolada no Twitter durante todo o painel.        
- 3º Ato - Dia 15 #AmyWinehouse - Just Aint Gonna Work Out
     
Sábado, finalzinho de tarde, eu e minha ansiedade para ver Amy partimos para o Summer Soul Festival. Chegamos e estacionamos, facilmente, enquanto o som do norte-americano que eu tinha descoberto já há uma semana, Mayer Hawthorne, começava a se expandir no Anhembi , um perfeito começo. O clima estava agradabilíssimo, a chuva dava uma trégua depois de semanas, me empolguei demais quando o moço e a banda tocaram Just Aint Gonna Work Out. A segunda atração era Janelle Monae, que cantou, dançou e performou, cumprindo a dura tarefa de chamar a atenção da platéia que a cada minuto ficava mais ansiosa para a atração principal da noite. Às 23h40, ela surgiu no palco, não cambaleava, e linda. De vestido preto, justo, com detalhes brancos, soltou a voz em "Just Friends". No que se seguiu, via-se Amy com um ar de sofrimento, parecendo que ela carregava todas as dores do mundo dentro de si. O público cantava praticamente todas as músicas, tentando tirar qualquer simpatia da diva que, com o olhar vago, apenas mirava aquele mar de gente. Entre saídas e entradas, foram 70 minutos do show que encerrou sua turnê pelo Brasil. Muitos saíram decepcionados, mas eu não. Saí satisfeita de ter ido e visto uma das melhores e mais sinistras cantoras que a contemporaneidade já viu.